Enquanto Bruce se prepara para levar seu álbum solo The Mandrake Project para a estrada, Luke Morton da revista Kerrang conversou com o vocalista sobre décadas de turnê – desde momentos de glória onde você está “à beira da autodestruição”, até aspectos menos glamorosos como, ocasionalmente ir ao banheiro em um buraco no chão.
O que eu preciso ter em turnê é…
“Uma cama para dormir que não se mexe. Eu odeio ônibus de turnê. Os ônibus de turnê cansaram de mim depois de cinco dias na primeira tour do Iron Maiden que fiz quando fomos para a Itália. Demoramos três dias e depois o ônibus quebrou. Tivemos que empurrar para dar partida.
A jornada mais longa que já fiz pela menor recompensa foi…
“Fiz uma viagem de um dia ao Japão com o [álbum solo de 1996] Skunkworks. Chegamos lá de manhã vindos do Reino Unido, fizemos o show naquela noite por volta das 18h – porque é esse horário – e voltamos para o hotel. O voo de volta era às 11 horas da manhã seguinte, então ficamos acordados.”
O show mais estranho que já fizemos foi…
“O Shellharbour Club em Wollongong, Austrália, com o Maiden. O promotor disse, 'Oh, não é como um clube de trabalhadores, é diferente.' Mas era exatamente igual a um. Estávamos tocando na frente de uma plateia de mesas, todas pregadas no chão, e havia cerca de seis crianças na frente, enquanto todos os outros estavam o mais longe possível, atrás.”
A melhor maneira de manter a forma na estrada é…
“Você precisa ter cuidado com sua dieta para não explodir como um dirigível, porque eu gosto de algumas cervejas depois do show. Faço a mesma refeição todas as noites depois do show, que é omelete de clara de ovo, brócolis cozido no vapor, cenoura cozida no vapor, beterraba e alho cozidos no vapor e algumas cervejas. Se você comeu merda pelo resto do dia, você recebe seus cinco por dia e proteína de uma só vez".
O lugar com os piores banheiros é…
"Há alguns locais que não têm banheiros, há um buraco no chão e pronto. Se você quer cagar, você tem que puxar cuidadosamente suas calças e agachar, apontando sua bunda sobre o buraco, certificando-se de ter movido sua cueca para fora da linha de fogo para o caso de você cagar em sua própria calça."
A melhor loja de conveniência do planeta é…
“Será uma parada de caminhões em algum lugar como Lincoln, Nebraska, no meio da porra da noite. É apenas uma pequena cidade de caminhões e restaurantes 24 horas onde você pode comprar cachorros-quentes com pimenta, café da manhã, cerveja e todo tipo de coisas incríveis e inúteis que você nunca soube que precisava e que nunca usará.”
Os vestiários do Twickenham são…
"Utilitarista e miserável. É apenas um vestiário como qualquer estádio assim, especialmente para coisas como rúgbi ou hóquei no gelo – as áreas de bastidores são sempre as mesmas. Não passamos muito tempo no vestiário; a gente aparece, demora 20 minutos para ficar pronto, e aí a gente tá ligado".
A melhor sensação durante um show é…
“Quando você está naquele momento com a banda e é quase como se houvesse mais um membro fantasmagórico da banda intervindo e organizando todos vocês. Não somos muito científicos sobre o que fazemos, estamos todos focados no sentimento, então se Nicko [McBrain, bateria] estiver tocando muito rápido, estaremos lutando. Mas quando isso acontece e está à beira da autodestruição, é incrível.”
A coisa mais estúpida que já disse no palco foi...
“'Quem é aquele cuzão grego agitando um sinalizador?' Na Grécia. Houve um certo grau de simpatia por parte das pessoas na Grécia que disseram: 'Ele não deveria ter dito "cuzão grego", e sim, talvez não, mas ele provavelmente era grego. E ele provavelmente era um idiota. Mas isso realmente me irritou. Lá estou eu, tentando cantar, e há todas essas pessoas agitando esses sinalizadores de emergência navais de fósforo, e ninguém em todo o lugar consegue respirar, porra. Acho isso muito, profundamente imprudente. Mas eu não deveria tê-lo chamado de cuzão grego porque não tinha certeza de sua nacionalidade. Perdi meu trapo e não deveria ter feito isso.”
