Bruce Dickinson explica a diferença de compor com Adrian Smith e Steve Harris

Em entrevista para o Loudwire, Bruce Dickinson falou sobre a parceria com Adrian Smith nas composições do Iron Maiden. Para o novo álbum, "Senjutsu", todas as composições do vocalista são ao lado do guitarrista. Juntos, os dois escreveram as músicas "The Writing on the Wall", "Days of Future Past" e "Darkest Hour".

Bruce Dickinson explicou as razões pelas quais sua dupla de composição com Adrian Smith funciona tão bem no Iron Maiden e destacou que o guitarrista tem uma habilidade muito natural para criar músicas.

"Quando compomos juntos, as coisas se encaixam muito rapidamente. Ele fica bastante confortável para compor. Vem com algumas estruturas de acordes que são realmente fáceis de cantar e que têm muita cor musical, o que torna mais fácil pintar imagens na minha cabeça e escrever palavras e melodias para o topo da música".

O vocalista também comparou o processo criativo com Smith a uma partida de tênis. "Às vezes, trocamos um pouco as coisas. O que ele pensou ser um refrão pode acabar sendo algo intermediário. O que eu pensei que poderia ser um refrão pode se transformar em uma parte de guitarra. Mas você descobre isso quando começa a ter ideias. Adrian é um ótimo tenista, e quando você compõe com ele, é como jogar uma bola para frente e para trás. Depois de chegar a um bom rally, você diz: 'isso foi bom, foi criativo'". É assim que é compor com Adrian".

Para Bruce, a maneira de trabalhar com Adrian Smith é bem diferente da mecânica adotada pelo baixista Steve Harris. Dickinson acredita que o método de Harris é um pouco menos espontâneo.

"Acabei não fazendo nada com Janick, mas não foi algo deliberado. Steve já tinha algumas ideias de Janick e Adrian. Ele gosta de levar as coisas embora e ficar tipo: 'sou o mestre, irei embora - aqui está minha parte - aqui está o que todos devem fazer'. É assim que ele gosta de trabalhar. Ele nem sempre se sente confortável com a espontaneidade. Seu momento de espontaneidade é: 'ei pessoal, surpresa - eu fiz tudo'. É assim que ele é! Estamos juntos, com idas e vindas, há 40 e poucos anos. Conhecemos a maneira como todos trabalhamos, nossos pontos fortes e fracos".

Dickinson aponta também que o resultado de uma das músicas de "Senjutsu", "The Writing on the Wall", surpreendeu tanto a ele quanto a Adrian Smith. Ao concluir a criação da faixa, os dois consideraram que a pegada estava bem classic rock - o que os agradou.

"Adrian e eu ficamos bastante surpresos quando fizemos 'The Writing on the Wall'. Ele disse: 'essa deve ser a primeira música do disco'. Achamos que poderia ser uma primeira faixa interessante, mas acabou indo para outro caminho. É uma música diferente. Um pouco mais mainstream, tipo classic rock", pontuou.