Guitarristas do Iron Maiden comentam a influência do Blues no Heavy Metal



Em entrevista para Joe Bosso da revista Premier Guitar, o trio de guitarristas do Iron Maiden: Janick Gers, Dave Murray e Adrian Smith falou, entre outros assuntos, sobre a influência do Blues.

PG - Algum de vocês já apareceu com um trecho de guitarra que pensou que estava ótimo, mas não soava muito “Iron Maiden” e por isso foi descartado?

Dave Murray: Aconteceu algumas poucas vezes. Claro, o Iron Maiden possui uma identidade sonora, então às vezes: "Isso está ótimo, mas não é o ideal". Algumas coisas eu nunca faço, pois não será Maiden. Em casa, ponho um loop de bateria, vou compondo e salvando no meu celular. Às vezes a ideia encaixa, às vezes não. A qualidade musical do Maiden é sempre de alto nível, então é preciso pensar alto o tempo todo. Algo inferior não irá funcionar.

Janick Gers: Acho que tudo que fazemos soa como Iron Maiden. Às vezes, você faz algo que não encaixa de maneira perfeita, então você passa pra outra ideia. Eu acho que nunca trouxe algo que não soava como o Maiden. Talvez, se fosse algo totalmente blues aí não seria Iron Maiden, mas provavelmente poderíamos mudar algo e funcionaria. O que amo no Maiden é que não existem restrições. No novo álbum, temos muitas facetas diferentes da música. A Empire of the Clouds é quase um musical da Broadway. Em The Red and the Black temos várias conotações clássicas e riffs Celtas. The Book of Souls tem uma vibe bem oriental.

PG - Falando de blues, muitos dizem que as bandas da NWOBHM se distanciaram da estrutura musical do blues. Vocês concordam com isso? Como vocês conseguem encaixar partes de blues dentro dos seus arranjos sem soar tão blues?

Adrian Smith: Na realidade, minhas influências são muito blues-rock – Pat Travers, Jhonny Winter. Achava fácil tocar o que eles faziam, enquanto um cara como Ritchie Blackmore, que eu também adoro – tentava tocar Highway Star quando era mais novo e achava que era impossível. Então você começa com Rolling Stones, The Beatles e então você evolui pra Johnny Winter.

Dave Murray: Amo o Blues – Albert King, Albert Collins, Buddy Guy, B.B King. Com a variedade rítmica que fazemos, seria impossível não misturar com um pouco de blues. Acho que às vezes se coloca um pouco de Thrash, mas ao tentar tocar boas notas melódicas, é possível misturar. Quando você escuta algo nosso, obviamente há Heavy Metal e Rock, mas as melodias clássicas também: Jazz, Blues – tudo se encaixa.

Fonte: Premier Guitar