Iron Maiden usa números da pirataria para planejar suas turnês?



UPDATE - 28/12/2013
A MUSICMETRIC DESMENTIU A NOTÍCIA

Por mais de uma década os músicos lutaram contra a pirataria desenfreada que colocou gravadoras e lojas de discos fora do negócio em um ritmo muito rápido. Ao contrário da mudança para a Amazon.com que aconteceu com as editoras e livrarias, as lojas de discos sofrem com o "roubo" descarado, e a migração para o iTunes ou Spotify não está fazendo a diferença.

Entre 2003 e 2009, cerca de um terço de todas as lojas de discos independentes nos Estados Unidos fecharam as portas, de acordo com o Almighty Institute of Music Retail, uma empresa de marketing com sede na Califórnia, isso se traduz em 3.700 lojas. O único ponto positivo é que a tendência tem diminuído desde 2008.

Na Inglaterra, é pior, com 70% das lojas de discos independentes desaparecendo na última década.

Mas algumas bandas estão lidando com a questão de uma forma única. Uma empresa britânica chamada Growth Intelligence que agrega dados sobre empresas do Reino Unido, oferece relatórios em tempo real, capturando tudo a partir de dados como a contratação de funcionários e indicadores online como emails e discussões na internet.

Suas estatísticas foram compiladas para Bolsa de Londres e resultaram na lista das "1000 empresas que inspiram os britânicos". Nessa lista apenas seis empresas de música se destacaram e uma delas foi a Iron Maiden LLP, a holding que cuida dos negócios da banda.

Um outra empresa britânica chamada Musicmetric, especializada em análises para a indústria da música, captura todo o debate nas mídias sociais e o tráfego na rede BitTorrent. Em seguida, eles oferecem esta informação agregada aos artistas para decidir como querem reagir. O Musicmetric analisou os dados do Iron Maiden e enviou suas análises para a banda.



"Ter um relatório preciso em tempo real dos dados de streaming pode ajudar na tomada de decisão das pessoas. Se você sabe o que impulsiona o engajamento, você pode maximizar o valor de sua base de fãs. Os artistas poderiam dizer 'estamos sendo pirateados aqui, vamos fazer alguma coisa para impedir isso', ou 'somos muito populares aqui, vamos fazer um show", disse Gregory Mead, CEO e co-fundador da empresa com sede em Londres.

No caso do Iron Maiden, sendo uma banda top nos Estados Unidos e na Europa, mesmo depois de trinta anos de carreira, notou-se um aumento no tráfego na América do Sul. Além disso, foi detectado que Brasil, Venezuela, México, Colômbia e Chile estão entre os 10 países com o maior número de seguidores no Twitter oficial do Iron Maiden. Houve também uma enorme quantidade de tráfego BitTorrent na América do Sul, particularmente no Brasil, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Ao invés de enviar advogados para resolver o problema da pirataria, a própria banda foi até esses lugares, e tem focado extensivamente suas turnês para a América do Sul nos últimos anos. Afinal de contas, os fãs não podem baixar concertos ou camisetas. Os resultados foram muito bons. O show de São Paulo sozinho arrecadou 2,58 milhões de dólares, algo em torno de 6 milhões de reais!

Em um ciclo positivo, a base online de fãs do Maiden cresceu consideravelmente. De acordo com o Musicmetric, entre 2011 e 2012 a banda atraiu mais de 3 milhões de fãs nas mídias sociais. E durante a Maiden England Tour, no período entre junho de 2012 e outubro de 2013, a base de fãs do Iron Maiden ganhou mais 5 milhões de fãs na internet, com um aumento significativo de popularidade na América do Sul.

Gregory Mead disse que, graças a análise, "O Iron Maiden tem sido muito bem sucedido em transformar fãs que baixam arquivos de graça em fãs pagantes."

Dessa forma as bandas possuem agora uma nova ferramenta para tentar compensar a perda com as vendas de música. A ênfase agora está nas turnês e camisetas, já que as vendas de CDs diminuíram. "Se você consegue engajar os fãs, há uma chance de transformar uma porcentagem deles em clientes pagantes. Você pode ver o exemplo de bandas que usam a rede BitTorrent como uma forma legal de compartilhar conteúdo", completou Mead.

Fonte: CiteWorld