Bruce Dickinson agora quer pilotar empresa de turismo espacial



O vocalista do Iron Maiden visitou a fábrica da Embraer em São José dos Campos e, em entrevista para Época NEGÓCIOS, contou sobre seus novos investimentos.

Por: Raquel Grissoto / Época

Vocalista e frontman do Iron Maiden, piloto comercial e empreendedor do setor aéreo, Bruce Dickinson, aos 59 anos, quer agora levar pessoas ao espaço.

De passagem pelo Brasil para divulgar sua recém-lançada autobiografia (“Bruce Dickinson, uma Autobiografia”, editora Intríseca), Bruce falou, com exclusividade à Época NEGÓCIOS, sobre os empreendimentos que têm em vista e contou por que prefere colocar seu dinheiro em negócios “reais” — aqueles que “geram emprego e dão oportunidades às pessoas.”

Bruce chegou em São Paulo na última sexta (11/05), para cumprir uma agenda de compromissos que se estendeu até esta segunda (14/05). No domingo, ele aproveitou uma folga para visitar a fábrica da Embraer em São José dos Campos. Foi conhecer o Legacy 500, novo jato executivo da empresa brasileira. “Quero rever meus colegas por lá”, disse no sábado, durante conversa com a NEGÓCIOS. Apaixonado por aviação, Bruce já havia estado na Embraer em outras ocasiões. Seu interesse por aeronaves ganhou ainda mais fama quando Bruce passou a pilotar o Ed Force One — um Boieng 747 adaptado para transportar o Iron Maiden e todos os equipamentos do show durante as turnês mundiais.

Os novos negócios

“Estou tentando fazer malabarismos com meus negócios no momento”, disse Bruce. “Mas tenho coisas em mente ainda.” Hoje, Bruce é fundador e sócio da Cardiff Aviation, empresa de treino de pilotos e manutenção de aeronaves, e tem participação com a banda nas vendas da Trooper — a cerveja feita pela londrina Robinsons, entre outros negócios.

A nova aposta agora é uma empresa para turismo espacial. “Hoje, quem quiser ir para o espaço terá de comprar uma passagem do (Richard) Branson, que custa perto de US$ 250 mil”, diz Bruce. “Algumas pouquíssimas pessoas podem pagar isso. Eu quero fazer algo mais flexível, com diferentes pacotes, dependendo de quanto a pessoa puder pagar.”

Bruce faz segredo sobre a tecnologia e os detalhes da operação. Mas a ideia é levar as pessoas à órbita da Terra ou dar a elas uma “experiência real do que é espaço” por pacotes a partir de US$ 40 mil ou US$ 50 mil (de R$ 145 mil a R$ 180 mil) . “Quem não puder pagar por toda a experiência poderá, por exemplo, optar por um treinamento de astronauta de verdade por uma semana. O importante é fazer com que o espaço seja algo mais tangível a mais pessoas”, diz Bruce. “Infelizmente, não posso falar mais do que isso.”

Inicialmente, a empresa não deve investir em foguetes devido ao alto custo da operação. Mas já tem a tecnologia para dar incício ao empreendimento. Também foram contratados dois austronautas e um executivo para tocar o negócio.

O projeto está sendo desenvolvido em parte pela mesma equipe com a qual Bruce vem trabalhando há alguns anos para a fabricação do “drone comestível”, segundo a definição do músico. Trata-se, na verdade, de um planador de três metros de envergadura (distância entre as extremidades das asas) dotado de um sistema de navegação à distância e que pode ser usado para levar alimentos e suprimentos médicos a regiões isoladas ou que passaram por desastres ambientais.

POUNCER: BRUCE DICKINSON EM PROJETO DE DRONE COMESTÍVEL

Segundo Bruce, cada planador custa aproximadamente US$ 500 dólares e sozinho tem capacidade para levar carga para abastecer até 50 pessoas. “É muito mais barato e seguro que usar helicópteros”, afirma Bruce, que está negociando o uso dos equipamentos com pelo menos três países.

Bruce não abriu o total investido por ele ou por seus sócios em cada um dos projetos. Disse, no entanto, que ele investe com a consciência de que o retorno financeiro em empreendimentos como esses, às vezes, demora a acontecer. “É claro que eu não quero perder dinheiro”, diz. “Mas o que me direciona são as pessoas. Eu gosto de investir em negócios reais, que gerem emprego e que tenham um propósito.”