Bruce Dickinson fala sobre a carreira dos filhos e a indústria musical

Bruce Dickinson concedeu entrevista para o programa Opie Radio, onde falou sobre a atual situação da indústria musical, onde a música tem valor muito baixo - ou nenhum valor - vista como um produto de consumo.



"Sim, os artistas são furtados" respondeu, ao ser perguntado se serviços como Spotify são prejudiciais, mas esclareceu que é o tipo de coisa que tem de ser vista sob o ponto de vista do consumidor, pois os garotos amam música mais que no passado, e a culpa de tudo é das gravadoras que não compreenderam a mudança no processo, e que na verdade estes serviços de streaming são muito bons para artistas já estabelecidos e uma lástima para quem está chegando agora ao mercado.

"Como eles vão fazer pra viver?", pergunta. "Pois, basicamente, eles estão sendo lesados pelo download não exatamente ilegal" complementa, explicando que o valor atribuído à criatividade das pessoas hoje em dia está despencando ladeira abaixo, se dá mais valor atualmente ao culto de personalidades que não tem talento para nada a não ser explorar o fato de ser famoso e fazer coisas idiotas, e que parece ser mais importante que valorizar quem realmente tem talento".

Parte do discurso de Dickinson é relacionado ao fato de ver a situação de seus dois filhos - Austin e Griffin - que tocam em bandas que dependem basicamente dos serviços de streaming e das gravadoras que jogam as regras da situação atual de mercado, como fica claro no trecho a seguir:

"Meus dois garotos estão fazendo seu trabalho e assinaram com gravadoras e tudo mais, então estão passando por todo este processo. E as situações com o qual eles lidam... é assim, vou para o pub com eles, e eles me perguntam 'Pai, quer dar uma olhada no contrato que assinamos pra ver se não estamos sendo passados pra trás?'. E eu respondo 'Bem, não sou especialista mas vamos ver'. E tem coisas que me soam muito estranho, me parece que eles precisam pesquisar o motivo daquilo. Por exemplo, em um contrato, havia uma cláusula que dizia 'Vamos te dar uma quantia X de adiantamento - e é somente um adiantamento, nada de muito valor. A quantia é algo tipo 20% do que recebia uma banda iniciante há 15 anos. E eles querem vender camisetas por você, e querem ter uma participação de tudo. E neste contrato tinha um trecho que dizia 'Te daremos todo o apoio na turnê'. Ok, eu pensei, mas em seguida constava 'O auxílio para a turnê lhe será pago após as turnê, quando você nos repassar a arrecadação'. Eu disse 'não, obrigado' (risos). Então, como fica este negócio de dinheiro? Em outras palavras, você repassa tudo que ganha e depois briga pra ter sua parte de volta? Estão de brincadeira, não dá pra fazer uma turnê nestes termos".

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Depois Dickinson comenta as acusações de nepotismo que seu filho Austin sofreu de haters online que o acusavam de ter assinado contrato com uma gravadora graças à ajuda do pai.

"Austin está em uma banda chamada As Lions, e eles assinaram com a Eleven Seven Records. Na verdade meu filho esteve aqui recentemente, em New Jersey, ele está gravando o álbum aqui. Ele fará 25 anos em 23 de setembro. E Griff (Griffin Dickinson, o outro filho) está em uma banda chamada Shvpes (pronuncia-se 'shapes'), que assinou com a Spinefarm".

Continua Bruce: "Austin esteve em uma banda chamada Rise To Remain, e eles assinaram com a EMI. E assim como acontece com muitas bandas, implodiram e começaram algo totalmente novo. Mas ele teve que usar todas as suas forças para lidar com os haters e trolls e os idiotas do Blabbermouth (site), que diziam coisas tipo 'Oh, bem, claro, ele pediu água pois não é tão bom quanto o pai'. Mas ele superou tudo, e tenho muito orgulho dele."



Fonte: Whiplash.Net