Música do Iron Maiden em recepção do Príncipe de Astúrias causa polêmica na Espanha



O Prêmio Príncipe de Astúrias organizado anualmente pela Fundación Príncipe de Asturias, na Espanha, concede premiação a indivíduos ou instituições de todo o mundo que tenham produzido contribuições notáveis nas áreas de artes, desporto, ciências sociais, comunicação e humanidades, cooperação internacional, investigação científica e técnica e letras. Os prêmios são apresentados em Oviedo, a capital do Principado das Astúrias, numa cerimônia conduzida pelo próprio Príncipe de Astúrias.

O Iron Maiden não foi agraciado pela premiação, porém foi assunto e motivo de muita polêmica na cerimônia de 2013. Em meio aos protestos republicanos da população local durante a chegada do Príncipe Felipe e da Rainha Sofia, a Banda de Gaiteiros de Oviedo, contratada para animar a cerimônia, tocou uma versão do clássico Afraid To Shoot Strangers do Iron Maiden. Coincidência? Talvez não.



A música do Iron Maiden, presente no álbum Fear Of The Dark de 1992, segundo Bruce Dickinson, é sobre a Guerra do Golfo, sobre guerras que são iniciadas por políticos e finalizadas por pessoas comuns, que na verdade não querem matar ninguém. A letra trata de como funciona a cabeça do soldado ao se preparar para uma batalha, suas dúvidas, seus medos, principalmente o de atirar em estranhos.

Porém, no contexto político da Espanha, a interpretação de Afraid To Shoot Strangers parece ser outra, sobretudo calcada em um trecho específico da letra da música:

"The reign of terror corruption must end
And we know deep down there's no other way"

"O reino do terror e corrupção deve ter fim
E nós sabemos que no fundo não existe outro caminho"

A Banda de Gaiteiros de Oviedo já executa a música do Iron Maiden há alguns anos, e justifica que Afraid To Shoot Strangers possui uma forte ligação com a tradição musical celta, que historicamente foi importante elo cultural entre a parte norte da Península Ibérica e as Ilhas Britânicas.



Fonte: Valencia Plaza