HSBC Arena: O relato de quem estava lá

A essa altura a vergonha ocorrida durante a noite de ontem no Rio de Janeiro já não é mais novidade. Fernanda Lira era repórter responsável pela cobertura carioca do evento para o portal Whiplash!, e por pouco não foi pisoteada, uma vez que estava exatamente na grade quando ela cedeu. Fernanda descreveu em um artigo bem detalhado e esclarecedor como tudo aconteceu, na visão de quem esteve lá! Confira alguns trechos:

"A fila para a entrada das pessoas na casa, chegou a se extender por aproximadamente 600 metros perto da hora do show. Isso mesmo ‘a’ fila: era apenas uma para a entrada em todos os setores. Independentemente se você tinha ingresso de pista normal ou premium, cadeiras de nível um ou três, você entraria por esse mesmo portão que dava acesso às 15 mil pessoas, que entravam uma de cada vez. Se os fãs não tivessem se apressado e quebrado e derrubado os labirintos feitos com grades de ferro, tenho certeza que até agora de manhã ainda teriam pessoas entrando no local com esse ritmo absurdo. E quando digo isso, não estou exagerando. Falei com um número grandíssimo de pessoas que tinham plena certeza de que o show de abertura, da banda Shadowside, não havia acontecido. Elas chegaram tão tarde no local que nem viram o palco dessa banda ser desmontado e ficaram surpresas quando eu disse que havia sim acontecido o show."

"Quando soou o primeiro acorde de “The Final Frontier” a grade simplesmente cedeu, quebrou. A multidão acabou sendo empurrada pra frente, totalmente, e os poucos fotógrafos ali só não foram esmagados por causa dos seguranças que tentavam empurrar as pessoas para trás novamente. Eu estava lá e não tenho nenhum orgulho em dizer isso. Quando vi que a grade já não suportaria ninguém, dei alguns passos para trás e comecei a me preparar para o pior, pensando em estratégias para ‘escapar’ se o pior acontecesse: o medo de ser pisoteado passou na cabeça de todo mundo, sem exceção, que estava ali na primeira fila. A alguns metros de mim, à direita, as pessoas começaram a subir umas nas outras e então a se apoiar no palco, tentando subir nele para não serem fatalmente pressionadas. A banda continuava a tocar, porque se parassem bruscamente, a reação talvez pudesse ser mais forte, mas Bruce Dickinson mal cantou o primeiro verso, e, depois disso, se preocupava em falar para as pessoas irem para trás e em tentar avisar alguém da produção, pois via que os seguranças já demonstravam não ter mais forca alguma para segurar com suas próprias uma multidão de quase 8 mil pessoas. Eu e outros fãs gesticulávamos para o Steve Harris parar de tocar, numa tentativa desesperada de parar com aquela situação horrível, que se não fosse controlada COM CERTEZA causaria mortes ou pelo menos ferimentos graves."

Confira o texto na íntegra!
Iron Maiden: Mais um relato detalhado de quem estava lá