Bruce Dickinson: "Uma música do meu novo álbum tem mais de 20 anos"


Durante conversa com a 89 FM A Rádio Rock, Bruce Dickinson contou alguns detalhes sobre seu novo álbum solo, "The Mandrake Project", que será lançado em 1º de março.

"Em 2014, eu ia fazer um álbum solo depois do 'Tyranny Of Souls', que iria se chamar 'If Eternity Should Fail'. E a faixa-título que eu escrevi, fizemos uma demo, que está realmente no single", se referindo à "Afterglow Of Ragnarok". "Eu coloquei a demo de 'If Eternity Should Fail' no single, no lado B. Porque eu queria que as pessoas vissem como a música evoluiu da demo, desde o início até a versão do Maiden. E como acabou no 'Book Of Souls', eu pensei: 'Talvez eu não devesse usar como a música principal, talvez outra coisa".

O vocalista explica que estava trabalhando algumas outras músicas com o produtor Roy Z, daí ele foi diagnosticado com câncer de garganta, levou um ano se tratando, e quando retornou precisava sair em turnê com o Maiden. Daí aconteceu a pandemia.

"Então foram sete anos perdidos da minha vida", diz Bruce, entre risos. Em seguida ele conta que, inicialmente, ia ser apenas uma história em quadrinhos relacionada ao álbum, mas a história cresceu e mudou, e se tornou: "esse monstro de 12 episódios", se referindo ao "The Mandrake Project", destacando que "Mandrake" é uma palavra incrível e que, surpreendentemente, não foi muito explorada em trabalhos anteriores. "Há uma música do Deep Purple chamada 'Mandrake Root'. Há um quadrinhos francês chamado 'Mandrake The Magician'. E havia algo com o nome 'The Mandrake Project', mas era algo feito somente com bateria e baixo, e eu pensei: 'isto não vai ser um problema'".

Mais adiante, Bruce explica que o álbum é como uma continuação do que eles tiveram lá em 2014.

"Algumas das músicas estavam quase completas. 'Shadows of the Gods' estava praticamente terminada. 'Sonata', a última música do álbum, 'Immortal Beloved', é uma música de mais de 20 anos. E eu até esqueci que nós a tínhamos feito. E era só uma demo. E uma noite, Roy estava me mostrando uma jam que ele tinha feito. Ele tinha assistido o filme 'Immortal Beloved' com o Gary Oldman sobre o Beethoven - "Minha Amada Imortal", no Brasil - e ele disse: 'Quer saber? Vou conseguir uma pequena fita de 'Moonlight Sonata'. E só tocou com isso, colocou alguns teclados e algumas guitarras, deixou com uma vibe ambiente. E ele tocou pra mim e disse: 'O que você achou disso?'. E eu disse: 'Uau, soa muito alucinante'". Bruce conta que em seguida foi pro estúdio, sem ter a letra nem melodia ou ideia do que ia cantar, mas cantou 80% da música feita completamente ali, na hora, e para eles ficou legal.

Mas o vocalista esqueceu da existência daquele material. Então quando foram trabalhar no "The Mandrake Project", Roy Z mostrou algumas demos feitas no passado, dentre elas a de "Immortal Beloved".

"Então, Leana, minha esposa, ouviu. Ela disse, 'O que é isso?' Eu disse, 'Bem, é apenas uma demo que fizemos.' Ela disse, 'É incrível!' Eu disse, 'Mesmo?' Eu disse, 'Você não acha que é um pouco viajado?' Ela disse, 'Não! É fantástico! Você tem que colocar isso no álbum'".

E assim foi. Trabalharam um pouco em cima do que já existia, mas de acordo com Bruce, o que está no disco é basicamente o que foi feito naquela primeira tomada no estúdio.