Bruce Dickinson, esteve em Sarajevo no final de 2015, em sua segunda visita à cidade após 21 anos. O vocalista do Iron Maiden gravou participação no documentário "Scream for me, Sarajevo" e deu uma entrevista para o programa The Aebyss, da Radio Sarajevo, onde falou sobre o filme que contará a história dos 20 anos de seu lendário show realizado na cidade, em 1994, quando Bruce, então em carreira solo, se apresentou no país destruído pela guerra, à convite da ONU.
Quando questionado se ele se preocupa com a segurança na era do terrorismo, quando chega a hora de escolher um país para tocar, Dickinson disse: "Pessoalmente sim, eu toco no local não importa o que esteja acontecendo. Sua preocupação tem que ser, na verdade, com as pessoas que não possuem escolha. Quero dizer, foi minha escolha (em 1994), nossa escolha coletiva, porque todos dissemos ´Sim, somos loucos o suficiente para tentar fazer esse show, ir para Sarajevo no meio da guerra e ver se podemos fazer o show. E (risos), nós não temos certeza de quando vamos voltar´. Mas aquelas pessoas que foram ao show no Bataclan (do Eagles Of Death Metal, em Paris), não tinham escolha, elas eram completamente, completamente inocentes de todas as formas. E, claro, ninguém sabia que o local seria um alvo. Então, infelizmente, existe uma escolha que as pessoas devem fazer e você deve fazê-la com as melhores informações disponíveis. Se de repente você vai ser... Se alguém diz: ´Vamos massacrar todos em shows de rock´, você diz, ´Bem, isso é algum lunático, ou é algo que genuinamente pode acontecer?´"
Bruce continua: "Então, infelizmente você tem que ser um adulto em relação a isso. Mas, ao mesmo tempo, você ainda sente que pode oferecer esperança às pessoas e mandar uma mensagem. Eles não podem parar, a vida continua. Quero dizer, quando o IRA, anos e anos atrás, quando eu era um garoto, as coisas explodiam por todos os lados no Reino Unido e as pessoas não paravam, você não para de viver sua vida. E essa é a mensagem para Sarajevo - que mesmo com toda a loucura, aquele pequeno símbolo de esperança do rock e de normalidade aconteceu, por cinco minutos, no meio de tudo aquilo. São atos desafiadores, mas sem envolver bombas ou armas ou balas, e coisas desse tipo."