À primeira vista, é possível confundir a Airlander com um imenso dirigível, por seu balão inflado a gás e a cápsula logo abaixo. Mas sua forma aerodinâmica única, que parece uma série de charutos colados uns aos outros, permite gerar sustentação como faz a asa de um avião.
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Isso é muito importante, porque assim seus designers puderam fazer uma máquina mais pesada que o ar, o que elimina a necessidade de uma grande equipe mantê-la no solo por meio de cordas quando ela pousa. Na verdade, a aeronave pode ser aterrissada por controle remoto, sem qualquer pessoa a bordo, em terra ou na água.
FINANCIAMENTO ESTATAL
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A Airlander custa 60 milhões de libras (o equivalente a R$ 240 milhões). Sua fabricante, a Hybrid Air Vehicles (HAV), recebeu 2,5 milhões de libras (R$ 9,75 milhões) em financiamento do governo britânico para desenvolver sua tecnologia e engenharia.
"Estamos colocando 2 bilhões de libras na pesquisa e desenvolvimento numa nova geração de aviões mais silenciosos, eficientes energeticamente e que têm menor impacto no meio ambiente", diz o secretário de negócios da Grã-Bretanha, Vince Cable.
"Isso inclui o apoio a projetos como essa inovadora aeronave de carbono da HAV, uma pequena empresa britânica que tem potencial para liderar essa área no mundo."
AMAZÔNIA
Tudo isso é uma ótima notícia para um dos maiores investidores do projeto, Bruce Dickinson. Dickinson é o tipo de pessoa que não consegue parar de realizar coisas. Como se ser vocalista de uma bandas de Heavy Metal mais duradouras e de maior sucesso do mundo, o grupo Iron Maiden, não fosse suficiente, ele também é piloto de aviões e empresário.
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"Esse projeto muda as regras do jogo em relação ao que é possível colocar no ar", diz ele. "Essa ideia sempre existiu. Só estávamos esperando a tecnologia chegar ao ponto necessário para concretizá-la."
Dickinson quer comercializar a aeronave e se sairá muito bem nisso. Quando conversamos no hangar, ele falou de suas características. Seu impacto ambiental é 70% menor do que o de um avião de carga, ele diz. Não requer uma pista de decolagem e pode ser pilotada por só duas pessoas. E carrega 50 toneladas de material a qualquer parte no mundo, 50 vezes mais do que um helicóptero.
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Ele quer divulgá-la com o tipo de viagem que o magnata Richard Branson, do conglomerado Virgin, faria: duas voltas ao redor do mundo sem paradas. "Sobrevoaremos a Amazônia e algumas das maiores cidades do mundo a apenas 20 metros de altura e exibiremos tudo pela internet", diz Dickinson.
HANGARES HISTÓRICOS
Não é surpresa que seja necessário estar no maior hangar da Grã-Bretanha para ver a maior aeronave do mundo. Para ter uma vista melhor dele, subimos a escada mais aterrorizante do mundo (que, claro, é segura, mas não a melhor para quem tem os nervos à flor da pele). O hangar Cardington número um, em Bedfordshire, é quase tão impressionante quando a aeronave em seu interior.
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Construído há cem anos, ele domina o horizonte da região junto com seu vizinho, o hangar Cardington número dois e é repleto de história. Nele, durante os anos 1920, foi construído o trágico dirigível R101. O gigante era duas vezes mais comprido que a Airlander, tinha um belo salão de jantar e era considerado o futuro da aviação, até o momento que foi devorado por um incêndio depois de cair na França em 1930, matando 48 das 54 pessoas a bordo.
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A tecnologia percorreu um longo caminho desde então. O Airlander é inflado com hélio inerte em vez de hidrogênio explosivo. A aeronave voltou a ser desenvolvida no Reino Unido depois que os recursos do exército americano para o projeto se esgotaram.
Airlander from Chris Daniels HAV on Vimeo.
Plano de voo
O exército americano havia comprado a aeronave há alguns anos e a usou para vigilância - ela pode ficar parada no mesmo lugar por até 21 dias de cada vez e é capaz de voar mesmo com vários furos em seu balão. Quando o orçamento do departamento de Defesa americano foi reduzido, os britânicos a compraram de volta, e agora planejam seu primeiro voo no Reino Unido ainda para este ano.
A Airlander poderia carregar toneladas de suprimentos a qualquer área de desastre sem fazer paradas. Tudo que seria necessário é uma equipe de duas pessoas e um pedaço de terra - ou água - onde pousar.
Fonte: BBC