Essa é a segunda parte da série de matérias do colaborador
Bruno Prado sobre as mais raras e curiosas músicas do Iron Maiden. Para ler a parte anterior e entender o critério de classificação clique no link abaixo:
THAT GIRL
Classificação: 2
Cover ou música própria? durante algum tempo os fãs ficaram com essa dúvida na cabeça. O motivo foi a data de criação da música: dezembro de 1985, um ano antes de seu lançamento. A história e curiosidade por trás dessa música inicia-se com o projeto
“Entire Population Of Hackney”, uma criação de
Adrian Smith e
Nicko McBrain. Ambos nascidos no distrito de Hackney ao norte de Londres.
Durante as férias de 1985 após a
World Slavery Tour, Nicko resolveu alugar um estúdio e fazer algumas jam sessions com Adrian Smith e amigos. Durante as sessões,
Dave Colwell e
Andy Barnett criaram
That Girl. No mesmo mês houve uma apresentação ao vivo no clube Marquee onde a música foi tocada pela 1a vez em sua história. Como Bruce Dickinson e Steve Harris subiram ao palco e se juntaram ao projeto nesta noite, o show acabou sendo divulgado como uma apresentação secreta do Iron Maiden, e consequentemente, de boca em boca
That Girl virou uma “música nova da banda”.
That Girl foi registrada pela banda inglesa
“FM” tendo como autores Goldsworthy, P. Jupp e o próprio Barnett. Tanto o FM quanto o Iron Maiden (completo dessa vez) gravaram-na quase que simultaneamente, no verão de 1986. O FM entretanto, lançou sua versão em setembro, no álbum
Indiscreet, cerca de 3 meses antes do Iron Maiden lança-la no single
Stranger in a Strange Land.
BLACK BART BLUES
Classificação: 3
Black Bart foi um ladrão de diligências do velho oeste norte-americano. Inglês e extremamente educado, ficou famoso por deixar poemas nos locais de seus crimes.
Durante a
World Piece Tour a banda cruzava o meio-oeste dos EUA de ônibus quando Bruce viu uma armadura medieval num posto de gasolina no meio do nada. Imediatamente ele tratou de parar e “obter” a tal armadura a qual lhe deu o nome de Black Bart.
Black Bart ficou guardado no ônibus da banda até o fim da turnê e segundo o próprio Bruce ele “viu” muitas coisas loucas durante o tempo que esteve por lá.
Este b-side do single
Can I Play With Madness foi feito em homenagem ao Black Bart de Bruce e as vozes estranhas no diálogo do início da música seria um hipotético “nerd” ao esbarrar com o Iron Maiden na estrada.
MUMBLINGS AND JUMBLINGS (FROM YOURS TRULY)
Classificação: 3
Saber que ela existe é mais raro do que acha-la. Esta é uma “música” escondida ao final de
Black Bart Blues, b-side do single
Can I Play with Madness de 1988 e é constantemente tratada como parte desta última pois se encontra na mesma faixa. Ela começa com a introdução de
The Evil That Men Do mas depois vira uma bagunça proferida pelo baterista Nicko McBrain.
“Mumblings And Jumblings” (e apenas isso) é seu título correto. Em tradução livre seria algo como “murmúrios embaralhados / sem nexo”, ou simplificando... papo de bêbado!
O próprio Nicko cita ela nos seus comentários em
"Listen with Nicko Part IX" presente no CD 9 da caixa The First Ten Years, e constantemente os fãs copiam a transcrição achando que “From Yours Truly” faz parte do título. Na verdade isto é apenas um termo informal para se referir a si mesmo, ou seja, Nicko quis dizer com “Mumblings And Jumblings From Yours Truly” nada mais nada menos que “murmúrios embaralhados deste que vos escreve” (ou “deste que vos fala”, no caso do áudio).
OBS: Foi a 1a vez que a banda lançou uma faixa escondida.
BAYSWATER AIN'T A BAD PLACE TO BE
Classificação: 3
Está presente apenas na versão inglesa do single
Be Quick or Be Dead e no CD bônus do
Fear of The Dark versão 1995, escondida ao final de
Space Station no.5.
Assim como
“Sheriff of Huddersfield” este b-side é uma paródia com o estilo e sotaque do empresário Rod Smallwood, mas ao contrário de “Sheriff” ela não é muito lembrada pela banda e algumas vezes nem os fãs sabem que ela existe.
Bayswater é uma região cosmopolita do distrito de Westminster em Londres onde viveram pessoas famosas, entre elas o ex-premiê Winston Churchill. Segundo a banda, o lugar ideal para o estilo de Rod Smallwood.
FROM HERE TO ETERNITY (TRIUMPH MIX VERSION)
Classificação: 4
Eu nunca consegui notar diferença alguma entre esta versão e a original do álbum
Fear of The Dark. Mas na Alemanha - e posteriormente no resto da Europa - resolveram incluir um sufixo e vende-la como se fosse alguma versão “Triumph” (triunfal) no próprio single
From Here to Eternity. O motivo é um mistério.
OBS: foi a primeira vez que a banda deu um sufixo para uma nova versão de uma de suas músicas.
WASTING LOVE (RADIO EDIT)
Classificação: 4
Esta versão foi lançada apenas em um item promocional para as rádios americanas o qual não é vendido (ou não deveria ser). Difere em pouca coisa do original. Alguns riffs repetidos foram cortados para que ficasse com um tempo menor. É facilmente encontrada na internet mas é esquecida pela banda que nem mesmo apresenta o single em sua discografia e o omite tanto de sua página da internet quanto da maioria dos encartes de álbuns e singles.
Na terceita parte da matéria falaremos sobre a única música da banda gravada com pedal duplo, o corte de um dos principais clássicos do Maiden, e a gravação de Killers mesmo estando inacabada. Abraços e UP THE IRONS!
Músicas raras e curiosas do Iron Maiden (PARTE 3)