Por Daniel Sicchierolli / Consultoria do Rock
A tecnologia pode nos proporcionar coisas incríveis, e é nesse contexto que a Consultoria do Rock volta com a coluna "Clássicos e Achados". Antes de adquirir um equipamento de som 5.1 Surround, sempre imaginava as possibilidades que o recurso poderia proporcionar, e, quando finalmente tive acesso, fui logo buscar algo da banda que mais gosto para testar o aparelho, ou seja, o Iron Maiden.
Não pretendo resenhar o disco, mesmo porque isso já foi feito aqui. Logo, meu objetivo é detalhar e tentar mostrar onde as mudanças no áudio fazem a diferença. A principal delas é o fato de que nos álbuns convencionais (CD ou vinil), as músicas possuem o áudio separado em dois canais. Quando colocamos o disco em 5.1, o som fica separado basicamente da seguinte forma: guitarras e bateria nas caixas laterais frontais, vocal e solos no centro, baixo e bumbo no subwoofer, e as orquestrações, alguns vocais (especialmente os ecos) e elementos que recebem destaque aparecem nas caixas surround, como alguns solos dobrados, por exemplo. Quando digo separado, não entendam como uma separação total, pois não é. O que ocorre é um destaque maior ao que está indicado. Em alguns momentos, por outro lado, sim, a separação ocorre de forma bem definida.
Citando algumas músicas e diferenças, começo por “New Frontier”, na qual, durante a passagem da ponte para o refrão, aparecem guitarras tão estranhas nas caixas traseiras que cheguei a diminuir o volume achando que havia algum celular tocando. Em “Face in the Sand”, uma guitarra também aparece em destaque e fica “correndo” as caixas laterais e traseiras, uma por vez, fazendo uma marcação simples e pontual que faz com que o som realmente envolva o ambiente. Um dos momentos mais marcantes é “Journeyman”, na qual os violões são separados nas três caixas frontais e orquestração no fundo.
Na faixa-título é onde a mixagem abusa dos efeitos surround, especialmente no destaque dado às orquestrações, que “saltam” das caixas traseiras enquanto a banda “toca” na sua frente. Realmente uma sensação animal! Para finalizar, na música “Paschendale” a introdução e a voz aparecem na caixa central, enquanto a marcação da bateria e um pouco do baixo ficam nas caixas laterais frontais. Há silêncio nas caixas traseiras, que só apresentam algo quando, logo após a introdução, entra a orquestração ao fundo com um pouco da voz. Surgem as guitarras e elas tomam conta, parecendo deixar tudo mais denso que a versão regular. No momento onde a música entra em sua sequência mais heavy, mais detalhes aparecem (guitarras, às vezes a voz) e vão se misturando à orquestração nas caixas traseiras. A musica toma outra dimensão!
Enquanto muitos correm atrás de álbuns em vinil, prefiro conferir o que um DVD Audio 5.1 do Maiden pode me apresentar. Eu realmente gostaria de ter os outros álbuns recentes da banda nesse formato. Espero ter conseguido transmitir as diferenças de forma clara. Aguardo os comentários, sugestões, críticas, etc... E, se quiserem, posso detalhar mais alguns discos que possuo no formato 5.1.
Fonte: Consultoria do Rock
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