Greg Ridley chegou a ser um dos mais elogiados baixistas britânicos nos 70, como membro fundador do Humble Pie. Ele nasceu em 1947 na Inglaterra e desde cedo foi um rebelde, amante de rock´n roll. Com o apelido de Dino, Greg montou ainda na adolescência o Dino & The Danubes e o Ramrods, na esteira do sucesso dos Beatles e Rolling Stones, em ambos tocando guitarra e baixo. Sua amizade com o amigo de colégio Mike Harrison (que viria a ser o cantor de outra grande banda dos anos 70, o Spooky Tooth) rendeu alguma fama em 1964 com o V.I.P.’s, conjunto de blues muito famoso no circuito underground londrino.
Com a banda, Greg chegou a gravar um disco e foi onde conheceu o guitarrista Luther Grosvenor e o tecladista Gary Wright – na iminência de formar o Spooky Tooth em 1968. Ridley, Harrison, Wright e Grosvenor, mais Mike Kellie na bateria, estouraram na ilha com o Tooth, com dois devastadores álbums – o de estréia, “It´s all about spooky tooth”, e “Spooky two”. Foi quanfo Ridley conheceu, em 69, conheceu o guitarrista e compositor Steve Marriott, recém-saído do Small Faces, que havia virado o Faces, grupo liderado agora pelo cantor Rod Stewart. Marriott e um jovem guitarrista que ele havia descoberto no conjunto The Herd, de nome Peter Frampton, queriam montar um nova banda, o Humble Pie. Marriott já havia conseguido seduzir o baterista Jerry Shirley, seu amigo no Small Faces, e agora queria Greg para o baixo. O convite era irrecusável. Juntos, os quatro se tronaram rapidamente a principal banda de hard rock da Inglaterra, rivalizando com o Led Zeppelin e Deep Purple a atenção dos fãs de rock dos dois lados do Atlântico. O Humble Pie era uma grande mistura de rock, blues, folk e boogie, que encheu a imaginação roqueira dos jovens norte-americanos na primeira metade dos anos 70. Nem a saída de Frampton abalou o sucesso. A entrada do até hoje subestimado e soberbo guitarrista Dave Clempson (do Colloseum) se mostrou acertada e abriu ainda mais espaço para o baixo poderoso e o carisma no palco de Ridley.
A essa altura Greg era tão ou mais famoso que John Paul Jones, Roger Glover e John Entwistle. Álbuns como “Smokin’” e “Eat it” venderam milhões de cópias entre 1972 e 1974. Mas a chegada do punk rock, a partir de 1976, ajudou a diminuir as vendas dos discos do Humble Pie, que durou até 1977 (Marriott ainda tentou voltar em 1980, com outra formação, mas os dois álbums que gravou foram um fiasco). Com o fim do Humble Pie em 77, Ridley ficou quase uma década sem rumo, tentando terminar um eternamente incompleto disco de inéditas com Steve e tentando montar outras bandas – geralmente ao lado dos amigos Mike Patto e Ollie Halsall do Boxer. Em 1991, ele chegou a participar do concerto em memória de Steve Marriott, que havia morrido tragicamente em casa em um incêndio. Depois de algumas tentativas de reativar o Humble Pie com Jerry Shirley, foi a vez de Ridley falecer de pneumonia, aos 56 anos, em 2003.
Adrian Smith e Will Maya nas gravações de "Anthology - All I Ever Wanted"
“Anthology – All I Ever Wanted” é o tributo à genialidade e ao sucesso de um dos grandes baixistas da história do rock, que ultimamente estava quase que completamente esquecido. As 18 faixas dessa compilação ajudam a resgatar a carreira de Ridley e a consertar a injustiça. “Anthology” percorre músicas do Humble Pie (“Desperation”, “The light of love”, “Natural born bugie”, “Home and away”, “Wrist job”, “Heartbeat”, “Greg’s song”), raros registros do The Rockets, a boa banda de hard blues rock que Greg montou nos seus últimos anos (a versão para “Don’t let me be misunderstood” é matadora), além da justa homenagem de Dave “Buckett” Colwell (Bad Company), Rick Wills (Bad Company e Foreigner), Adrian Smith (Iron Maiden) e Dean Reese em “Live to learn”, composição inédita de Ridley. As músicas com o The Rockets revelam o também ótimo cantor que era Greg, com um acento blues que chegou a marcar algumas das melhores músicas do Humble Pie.
Fonte: Prognoise