O Citigroup Inc. assumiu nesta terça-feira o controle da EMI Music, depois que a empresa que comprou o grupo fonográfico, em 2007, não cumpriu com os termos do financiamento fechado na aquisição. Por meio de um plano de reestruturação, o banco assumiu 100% do controle da EMI e reduziu a dívida de 3 bilhões de libras para 1,2 bilhão.
A EMI foi adquirida pelo grupo de private equity (de compra de empresas) Terra Firma por 4 bilhões libras, pouco antes do início da crise do crédito. A gravadora sempre teve dificuldades para cumprir com suas obrigações financeiras -- fato que foi agravado pela piora das vendas no mercado musical.
A gravadora está assolada por problemas desde que foi comprada pela firma de aquisições. Embora os resultados da empresa tenham melhorado, com o fluxo de caixa dobrando para 300 milhões de libras esterlinas, ela tem um endividamento insustentável. Mesmo assim, a empresa ainda tem artistas importantes como The Beatles, Iron Maiden, Pink Floyd, David Bowie e Coldplay, além de um farto catálogo de canções para licenciar, então há firmas de private equity e gravadoras rivais bastante interessadas em controlá-la.
Quem estuda comprar a EMI são as outras grandes gravadoras do mundo: a Sony Music Entertainment, a Univesal Musical Group, da Vivendi SA, e a Warner Music, que está ela própria estudando vender sua divisão de editora musical, disseram pessoas a par da situação. A venda da editora musical da Warner pode abrir caminho para ela comprar a EMI, um negócio que pode enfrentar obstáculos antitruste caso se tente combinar a editora musical da Warner com a da EMI. Ofertas das gravadoras Universal e da Sony Music, respectivamente a maior e a segunda maior do mundo, também poderiam enfrentar oposição das autoridades de regulamentação.
O fato de a Warner estudar a compra da EMI pode pressionar o cronograma do Citigroup. Se alguém aceitar comprar a Warner inteira primeiro, isso pode eliminar não apenas um, mas dois possíveis compradores da EMI.
O Citigroup ainda não começou o processo formal de venda, mas realizou discussões com possíveis interessados, disseram pessoas familiarizadas com a situação. O Citigroup entende a EMI muito bem e pode vendê-la rapidamente.
Fonte: The Wall Street Journal / Billboard