Bravewords: "Há momentos de grandeza e frustração em Senjutsu"

O site Bravewords também teve acesso ao novo álbum do Iron Maiden antes do lançamento e publicou sua crítica de Senjutsu. Confira! 

Por Nick Balazs 

É sempre um acontecimento quando um novo álbum do Iron Maiden está no horizonte. Eles são gigantes do heavy metal, é divertido ver como seu mascote Eddie será retratado, mas o mais importante é o som que emana dos alto-falantes quando a agulha toca o vinil. Desde o retorno de Bruce Dickinson, há mais de 20 anos, a poderosa máquina do Maiden produziu discos que misturam faixas longas com um sólido e poderoso rock clássico, e não é diferente em Senjutsu. O baixista Steve Harris aumenta as apostas com três épicos consecutivos para fechar o álbum; cada um com mais de 10 minutos de duração! Eddie assume a forma de um samurai e, embora sua lâmina seja afiada e seus cortes limpos, alguns de seus golpes são muito tempestuosos e precisam ser melhorados.

Antes de chegar à conclusão, tudo se baseia no início e a faixa-título SENJUTSU de 8 minutos começa de forma moderada. O ritmo militarista é o centro das atenções desta marcha de batalha sem desvios - quase parece metal industrial. Dickinson carrega a melodia com uma forte performance vocal, mas no geral é uma abertura que não é exatamente uma explosão de energia. 

Os britânicos acertam em alta velocidade com a sequência em STRATEGO, um tiro de canhão de 5 minutos que tem todas as marcas do clássico Iron Maiden, refrão vigoroso, ritmos galopantes e um brilhante trabalho do trio de guitarristas Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers. Este é um material único e definitivo e não ficaria surpreso se um videoclipe fosse feito para ele. 

O primeiro single, THE WRITING ON THE WALL ocupa a terceira posição no álbum e a vibe folk e faroeste é única dos caras, mostrando que eles são capazes de novos truques e apesar do refrão preguiçoso, é uma boa faixa. LOST IN A LOST WORLD é outra faixa diferente que poderia se encaixar muito bem na era Blaze Bayley, especialmente em The X Factor; Dickinson faz uma abordagem atmosférica dos vocais antes que um efeito fantasmagórico na voz assuma o controle. A música se forma em um confortável groove mid-tempo com um refrão grandioso e algumas melodias vintage dos talentosos guitarristas.

Completando o Disco 1 está a faixa mais curta do álbum, DAYS OF FUTURE PAST de 4 minutos, outro rock clássico que ficaria ótima no álbum Brave New World. Smith e Dickinson estão no seu melhor aqui e deve ficar ótima ao vivo. THE TIME MACHINE contém mais passagens progressivas e também apresenta o refrão mais melódico e empolgante de todo álbum. Liricamente lembra o Rush com Dickinson no modo "contador de histórias" e se destaca como uma das melhores músicas desde seu retorno.

O Disco 2 é onde encontramos grandeza e frustração, a faixa de 7 minutos DARKEST HOUR é arrepiante, tem como tema a guerra e lembra A Matter Of Life And Death. Não adota uma abordagem usual em termos de estrutura; é quase uma balada com Bruce carregando o peso da música. É uma faixa para ouvir várias vezes e pode ser que você não goste dela de primeira. A estrela do show é DEATH OF THE CELTS. O épico de 10 minutos é o Iron Maiden em sua melhor forma, melodia fantástica, solos memoráveis e Dickinson acompanhando com os vocais enquanto narra a queda dos Celtas. Tem começo, meio e fim bem definidos e nem parece uma música longa. Se o álbum terminasse aqui, seria altamente satisfatório, mas Steve Harris ainda não terminou com suas músicas longas. THE PARCHMENT liricamente tem temática egípcia e lembra Powerslave, Steve Harris faz o de sempre - uma introdução suave que depois explode, e embora tenha um refrão forte, ela continua indo e indo e indo. O ritmo acelera na última metade da faixa com uma grande sequência de solos, mas no geral não há razão para que isso não pudesse ser reduzido para 7 ou 8 minutos. 

A faixa HELL ON EARTH encerra o disco e tem uma estrutura semelhante, exceto que Harris nos dá aqui uma de suas melhores melodias - uma daquelas que ficará na sua cabeça por dias. O problema é que a música continua e continua; depois de um solo climático; deveria ter terminado na marca de 7 minutos, mas continua. Seria bom se o produtor Kevin Shirley ou outro alguém dissesse ao bom e velho Steve para se controlar um pouco. 

Senjutsu é outra peça ambiciosa das lendas do heavy metal. Se você não é fã dos discos desde o retorno de Bruce, você vai continuar não sendo, mas se você amou tudo que a banda tem feito, então certamente vai adorar esse álbum. Há momentos de verdadeira grandeza do Maiden e também de um pouco de frustração, deveria haver cortes por toda parte. No geral, é uma adição sólida ao catálogo do Maiden e ouvir essas músicas ao vivo (quando for o caso) será ótimo!

PRÉ-VENDA AMAZON (BRASIL) 
2CD DIGIPACK: https://amzn.to/3iWFRcy