Iron Maiden e Atari: quando a pirataria uniu Heavy Metal e videogames nos anos 80


Por: Ed Zee
Baixista do Anno Zero e colecionador Atari

O Iron Maiden, ainda nos anos 80, já mostrava a sua força como um fenômeno da cultura pop. A prova disso é que a música tocada pela banda já influenciava a indústria de videogames, décadas antes dos jogos Ed Hunter e Legacy of The Beast serem sequer imaginados.

Na Tailândia, uma empresa local lançou um jogo para Atari 2600 chamado "GOD". O rótulo do cartucho era nada menos que o desenho da capa do disco Powerslave. Obviamnte não se trata de um lançamento oficial da banda e muito menos da Atari e sim de pirataria descarada, muito comum fora dos EUA. Nesses mercados proliferavam os videogames "clones", compatíveis com o sistema Atari e cartuchos contendo cópias dos programas, muitas vezes com rótulos bizarros e sem nenhuma conexão com o jogo em si.

Alguns colecionadores que possuem o cartucho GOD relatam que em suas cópias o jogo contido é o "Ms. Pac Man", bastante conhecido na época. Outros dizem que seus cartuchos trazem no rótulo o nome "Galaga" mas o jogo contido na verdade é uma espécie de River Raid modificado. Uma verdadeira salada que inclusive nos dá margem a pensar que diferentes games podem ainda ser descobertos em outras cópias deste curioso cartucho.


No Brasil, um dos países onde mais foram fabricados consoles e cartuchos piratas, uma empresa chamada Miragem resolveu usar o logotipo do Iron Maiden como base para o desenho de seu próprio logo. E investiu nisso: não só o rótulo foi impresso com a fonte da banda como também o case dos cartuchos trazia este logo em alto relevo.

Hoje alguns desses itens são raros e atingem altos preços em leilões internacionais, sendo uma bela curiosidade em qualquer coleção, tanto para saudosistas do Atari quanto para fãs do Maiden.


Foto: Leandro Sá - Acervo Pessoal