Bruce Dickinson: empreendedorismo e Heavy Metal na Campus Party MG



Aconteceu em Belo Horizonte, entre os dias 09 e 12 de novembro, a primeira edição mineira da Campus Party, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo, que em Minas Gerais fez parte da Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia, realizado no Expominas e que reuniu quase 4 mil campuseiros.

Foram mais de 250 horas de atividades e o vocalista do Iron Maiden, Bruce Dickinson, foi um dos destaques do evento, onde falou sobre os desafios dos negócios no mundo do rock e da aviação comercial, mostrando através de sua trajetória como transformar consumidores em fãs. “O consumidor tende a ser visto como algo ruim. Assim como uma marca. Algo que não tem um propósito ou paixão que não o ganho. O fã é alguém apaixonado. Se entro num shopping, sou um consumidor. Mas se vou até lá com a minha mulher, sou um fã dela. E se não for, ela vai preferir outra marca que não seja a minha, da qual ela não é mais fã”, comparou Bruce.

Entre as experiências de sucesso, Bruce Dickinson contou como entrou no mundo da aviação e encontrou espaço para ter sucesso. Isso quando as grandes empresas aéreas estavam perdendo dinheiro por voar  pouco no inverno e muito no verão, a ponto de faltarem aviões. “Nossa solução foi adquirir uma garagem de conserto de aeronaves. Compramos aviões que seriam aposentados e colocamos essas máquinas para voar no verão europeu. No inverno, quando seriam pouco utilizadas, ficariam paradas sem nos dar prejuízos”, disse.



Essa experiência o inspirou a fazer a primeira turnê do Iron Maiden a bordo do Ed Force One: “Estudamos as datas em que poderíamos usar os aviões das empresas na baixa temporada, por preços baixíssimos, e fomos montando nosso calendário”, conta. O próximo passo foi ter o próprio avião da banda. “Ter essa aeronave chama a atenção, nos tornou atrações onde quer que a gente pousava”, disse. Dickinson discorreu ainda sobre outras atividades, como o lançamento do game da banda, criação de uma marca de relógios e de cerveja: “Adorei o processo de fazer a cerveja Trooper. Já são 7 milhões de litros de cerveja vendidos e é a marca que esta crescendo mais rápido na indústria cervejeira”



Durante sua fala ainda revelou que estuda abrir um Pub em Londres com a marca do Iron Maiden. “Será que vou abrir uma faculdade de gastronomia? Não. Alguma coisa de golfe? Não, não gosto de golfe. Agora um Pub, sim. Um pub decorado com partes de um avião, com certeza!”, afirmou.

Dickinson foi corajoso ao se arriscar em temas que muitos palestrantes evitariam para não ser mal interpretados pela audiência. Disse que a criatividade funciona como a picada de um mosquito. “Quem nunca foi picado por um mosquito aqui? Vamos lá, nós estamos no Brasil. Sei que muita gente pode pensar em zika, mas quero falar do mosquito da criatividade, que o pica quando você está aberto para o que acontece ao seu redor.”



Segundo Dickinson, todas essas ideias fazem parte de seu processo criativo. “Escrever música e desenvolver negócios é a mesma coisa. As ideias te picam. Não é um processo racional é um ‘feeling’ (sentimento) que te empolga” conta. Para ter sucesso, porém, ele ressalta que é necessário, depois de ter a ideia, processo para coloca-la em prática. “Depois você vai viabilizar, conversar com o contador, com o empresário, para tornar real”.

Dickinson também ressaltou a importância da conversa direta. “As pessoas estão trocando mensagens, quando uma boa conversa pode resolver de uma forma mais rápida. Não devemos esquecer o poder da voz humana da conversa um a um”, declarou o vocalista. “Um telefonema pode resolver muito mais rápido que 10 páginas de e-mail”, concluiu.



Fonte: Estado de Minas / O Tempo
Fotos: Desirée Suzuki