Maiden England: relato de brasileiro no início da tour!



Por Arthur Santos

No começo eu não ia escrever nada sobre os shows, mas depois do que presenciei, não podia deixar isso passar em branco. Estive presente nos quatro primeiros shows da Maiden England World Tour, em Charlotte, Atlanta, Boston e Jones Beach e vou contar aqui um pouco do que passei nesta viagem, ou melhor, neste sonho realizado.

Bom, Iron Maiden é de longe a minha banda favorita, então ao ter uma noção sobre a provável "leg" norte-americana da tour, já tratei de começar a juntar dinheiro. Confirmaram as datas, após certo tempo e ver que tudo estava dentro do orçamento, fechei a viagem!

O primeiro show foi em Charlotte, dia 21/06. Dia 18 cheguei na cidade, o local do show era meio afastado do centro da cidade, então por comodidade, pegamos um hotel perto. Quem me conhece sabe que eu gosto de encontrar bandas, então não ia deixar essa oportunidade de tentar encontrar meus ídolos nos EUA, ou seja, sem aquela aglomeração e bagunça do Brasil. Após um pequeno descanso, fomos para a região de Downtown, aonde provavelmente a banda estaria. Demos uma olhada nas redes de hotéis que a banda costuma ficar. Sem sucesso e desanimados, fomos comer em um restaurante ali perto. Como tinha WiFi, aproveitei para dar uma olhada no Twitter, eis que vejo algo muito animador: um twitter que segue celebridades em Charlotte postando o hotel da banda, que era muito proximo ao restaurante. Comemos tudo correndo e fomos para lá, entramos no bar e lá está Bruce Dickinson e Kevin Shirley, com suas respectivas mulheres, ou seja, o momento ERRADO para tentar falar com qualquer um deles. Então o bar estava fechando e fomos embora, sem falar nada, pois gostamos de conhecer nossos idolos, mas tem momentos certos e errados para falar com eles.

No dia seguinte, andando ali pelo centro, encontramos Adrian Smith e pouco depois numa Starbucks, Janick Gers. Ambos pareciam estar bem tranquilos então paramos e perguntamos se estavam ocupados e contamos que viemos do Brasil para os shows, e ambos foram simpáticos e puxaram assunto. Entreguei uma palheta da minha banda cover de Iron Maiden para o Janick e ele disse "Ah.. se eu tivesse uma aqui eu te dava, ops, aqui" e me deu uma palheta bem gasta (provavelmente usada nos ensaios). Neste dia cruzamos com Steve Harris na rua, mas ele estava fazendo exercícios e por isso, resolvemos nem parar para não encher o saco.

Depois fomos até o lugar do show e ouvimos a equipe testando a introdução de Aces High, e ficamos "WTF??".



No dia seguinte, vimos Dave fumando tranquilo perto do hotel, e o mesmo foi muito simpático conosco.

No dia do show, fomos almoçar com uns amigos que chegaram do Brasil, também no hotel da banda e encontramos Nicko e Bruce. Nicko super simpatico conversou um pouco e perguntamos sobre eles virem ao Brasil e ele respondeu "We can tell you, but after we have to kill you!" e Bruce lendo um livro comentou "Top Secret".

Chegando no lugar do show, tinham alguns poucos fãs e dava pra ouvir a banda passando o som com The Number of the Beast a Phantom of the Opera, incrivel que tirando uns 2 ou 3 e a gente, NINGUÉM estava ligando para eles passando o som. Bom, conseguimos uma First to the Barrier de ultima hora, então não deu pra ser os primeiros, apenas a segunda fileira.



Alice Cooper começou o show de abertura, que não foi uma banda de abertura, foi um show antes. Show impecável, com toda produção, palco e interpretação do Alice Cooper. Logo durante a segunda música, Brutal Planet, Alice veio até o nosso lado do palco e ao ver a bandeira do Brasil, fez sinal para nós jogarmos ela para ele. Ficamos sem saber o que fazer, porque a bandeira era para "durar" até Jones Beach, mas não íamos deixar ele no vácuo, então demos a bandeira. Ele andou pelo palco com ela no pescoço e depois colocou do lado da bateria, é "We lost our flag".

Oito e meia, acaba o show deles e a equipe do Maiden começa a montar as coisas. Todos super ansiosos, sem saber o set list... Quando nove horas começa a famosa introdução que toca antes de todos os shows, Doctor Doctor, que nesse show em especial, pareceu ter durado 40 minutos. Após ela, um pequeno video no telão e começa "Seven Deadly sins.. Seven Ways to Win...", não podíamos acreditar que estava começando. Então a banda entra, com uma grande animação. Logo após, Can I Play With Madness e em seguida The Prisoner e 2 Minutes to Midnight. Então a maior surpresa da noite, Bruce começar a falar e termina com "...Afraid to Shoot Strangers" e a banda começa. Logo depois, as clássicas The Trooper e The Number of the Beast. E então uma que para muitos foi uma surpresa, Phantom of the Opera seguida de Run to the Hills e Wasted Years. E então uma das mais aguardadas da noite, Seventh Son of a Seventh Son. Após isto, The Clairvoyant e a sequência Fear of the Dark e Iron Maiden. Então um momento de dúvida para muitos, com o que começaria o Bis? Eis que começa o Churchill Speech seguida de Aces High. Então The Evil That Men Do e Running Free encerram a noite. Após Running Free as luzes ficaram alguns minutos apagadas e todos "agora vem Hallowed be thy Name", porém começou Always Look on the Bridge Side of Life.



Estranho ver um set list do Iron Maiden sem Hallowed be thy Name, muitos criticaram isso, eu gostaria de ter ela, trocaria por algumas do set list, mas não vou reclamar e sim aplaudir o espetáculo de 17 músicas que acabei de ver, e o melhor, ainda tinham mais 3 shows, e ainda sai de lá com algumas palhetas do Ryan Roxie (Alice Cooper) e uma munhequeira do Adrian Smith.



Dia seguinte, fomos para Atlanta, na hora do Check out do hotel, a guitarrista Orianthi estava terminando o check out e indo pro tour bus. Iamos parar ela, mas ela já estava bem na frente e não iamos sair correndo haha. Logo depois desceu o baterista Glen Sobel e o Ryan Roxie, que foram bem simpáticos quando paramos para parabenizar do show. Pedimos um táxi para nos levar para o aeroporto e vimos o Alice Cooper sair meio correndo do hotel para o ônibus, nem chegamos a ir atrás porque o nosso taxi ja tinha chegado e ele parecia com pressa, mas um menino foi atrás dele e ele parou e tirou uma foto com o menino.

Em Atlanta, chegamos no hotel e fomos dar uma volta para comer e resolvemos ir para o Hard Rock Café. Quando o garçom estava nos levando para nossa mesa, uma surpresa, cruzamos com Steve Harris, sua família e um segurança (Peter), mas não tinha como parar ele porque ele estava com a família e indo sentar. Então ele levantou e foi com a família embora, pensamos "ah.. ok, perdemos essa". E saindo do Hard Rock depois de comer, vimos ele na rua tirando fotos da família dele (filhos). Chegamos perto e fomos direto para o Peter (segurança) para perguntar se tudo bem abordarmos o Steve, e ele disse que achava melhor não pois ele estava em um momento de família, e eles eram uma familia como qualquer outra. Como não queríamos incomodar, falamos que tudo bem, que entendiamos isso e o Peter disse que apreciava a gente ter entendido, então aparece o Steve "fans?", e o Peter já deu licença e Harris começou a conversar, falamos que viemos do Brasil e ele perguntou se iriamos estar na grade, confirmamos e ele "vou procurar vocês amanhã!".



Entramos logo que abriu o lugar e éramos os 4º e 5º da fila do First to the Barrier, porém a péssima organização do Aaron Amphitheater, de ir parando as pessoas "Step by step", sem deixar correr e chegar na última hora, quando éramos os primeiros a passar no segurança para entrar, mudar o portão e no final sermos um dos últimos do FTTB a entrar, sendo que algumas pessoas que não eram do First conseguiram entrar antes da gente.

Como o Alice Cooper tinha pego nossa bandeira e não tinha onde comprar outra, compramos uma cartolina e escrevemos "We lost our flag, but we still here", foto que foi parar no Facebook da banda.

Logo quando a banda entrou, Dave veio correndo (aliás ele merece um destaque, pois está se movimentando e solando bem melhor do que na turne do TFF), leu nosso cartaz e comentou alguma coisa. Steve e o Adrian também reconheceram a gente e no final sai com mais palhetas do Alice Cooper (Tommy e 2 do Chuck Garrik) e uma munhequeira do Steve Harris!





Terceiro show em Boston, finalmente deu certo e conseguimos ser os primeiros do FTTB, chegamos na grade, que era da altura do palco e eu conseguia sem esforço encostar a mão no palco. Mais uma vez, logo quando o Dave entrou no palco, veio na nossa direção, viu e apontou para o cartaz (que estava apoiado na grade), na Can I Play..., parte que ele fica tocando apenas um Ré com a mão direita, então apertou minha mão com a esquerda. Depois disso, fez quase metade dos solos exatamente na nossa frente, abaixado e na ponta do palco! E tentou jogar palheta pra mim, mas não deu. Então, após a 2 Minutes to Midnight aconteceu uma das maiores cagadas da minha vida, ele jogou uma palheta, ela quicou no chão e veio direto na minha mão. E os shows, cada vez melhores. Então veio um dia "triste", dia do último show, e como era com lugares marcados tínhamos certeza que não chegaríamos na grade.





Nossos ingressos eram da terceira fileira na frente do Dave/Adrian, mas chegando lá, era MUITO perto e não tinha fileira A, logo estávamos na segunda. Então, o show do Alice Cooper começou e ainda tinha muita gente que não tinha chegado, inclusive as duas pessoas da primeira fileira. Então, fomos e só encostamos na grade, e lá ficamos até começar o show do Maiden. Consegui mais algumas palhetas da banda do Alice Cooper, inclusive uma da Orianthi. E então começa a Doctor Doctor, e lá estava nós, apenas 4 pessoas na grade na frente do Dave e do Adrian, sendo que dois era um pai e um filho que NÃO CONHECIAM NADA DA BANDA e ficaram parados o tempo inteiro. Logo na Moonchild chegaram as duas pessoas que a gente estava no lugar e tivemos que ir uma fileira pra trás. Mas logo fomos abrindo espaço nas cadeiras e estávamos lá na frente, e os caras que não conheciam NADA (pai e filho), deixaram a gente entrar ali do lado, e logo que acabou a Can I Play..., o Dave entregou uma palheta diretamente na minha mão. Consegui pegar uma do Adrian Smith. O lado bom de quem tava do nosso lado ser parado, é que éramos os "loucos" em destaque, então toda hora eles iam na nossa frente. Na Run to the Hills o Janick veio na nossa frente e colocou a guitarra pra gente fazer barulho!!! E no final, na Running Free, o Dave olhou pra mim, apontou e jogou a munhequeira super baixa na minha direção (como se fosse um boliche) para eu pegar, e ela veio diretamente na minha mão.

Para quem nunca tinha pego nada do Maiden (só dividido uma com mais duas pessoas e no final estourou), 3 palhetas do Dave, 1 do Adrian, 1 do Janick, uma munhequeira do Dave, uma do Adrian e uma do Steve, fora 8 palhetas e 2 notas de dólar do Alice Cooper estão de bom tamanho não?



E foi isso, a banda inteira está tocando muito bem, o velho Dave Murray voltou a pular e fazer solos melhores que na TFF tour, o Bruce está dando uns p*** gritos f*didos na Run to the Hills/Aces High, Steve Harris como sempre correndo e mexendo com os fãs (detalhe que nos shows nos EUA, da pra ouvir ele gritando e cantando as vezes), Adrian solando magnificamente como sempre, Nicko pode estar meio velho, mas ainda está mostrando que ainda tem muito tempo de estrada ainda e o Janick (apesar de ir 2x para o nosso lado em cada show) fez otimos solos. E no dia seguinte em Nova Iorque, ainda tive a sorte de ir em um show do Tenacious D (banda do Jack Black e Kyle Gass).

Nota para tudo, de 0 a 10... 666! (essa frase foi tr00)