Aquiles Priester comenta o álbum Somewhere in Time

Aquiles Priester é um dos grandes nomes da bateria no metal brasileiro. Como muitos, ele começou batendo em latas e panelas, e começou sua carreira no metal em 1997, quando formou o Hangar. Três anos depois, o músico tocou na banda de Paul Di'Anno, ex-vocalista do Iron Maiden, com o qual gravou o álbum "Nomad". No ano seguinte, Aquiles entrou no Angra, onde ficou até 2007, tendo gravado três discos de estúdio, um EP e um CD/DVD ao vivo. Sempre bastante elogiado pela imprensa e tendo apoio de empresas como Mapex e Paiste, que criaram modelos signature de seus produtos com o seu nome, Aquiles é um dos grandes nomes do metal brasileiro. Tal reconhecimento não se limita ao Brasil, pois, em 2004, Aquiles entrou na lista dos 30 melhores bateristas do mundo pela revista japonesa Burrn!. Atualmente, o músico está tocando com o Hangar e divulgando seu segundo DVD instrucional e seu primeiro livro. Recentemente Aquiles Priester comentou acerca de seus primeiros contatos com a música e os álbuns que marcaram sua vida. É claro que o Iron Maiden está na lista! Confira:

Aquiles Priester: "Meu primeiro contato com a música aconteceu quando eu tinha quatro anos de idade e ainda morava na África do Sul. Vi uma bateria na TV. A única coisa que me lembro é da sensação que eu tive, foi tipo uma premonição. Eu simplesmente estava passando pela sala, vi aquilo e me chamou atenção. Anos mais tarde, quando eu já tinha quinze anos, vi outra bateria num bar que estava sendo limpo para funcionar à noite e fiquei ali na porta, parado olhando. Não demorou para alguém me chutar dali... No mesmo ano, por causa de uma gincana da escola, comecei a dublar o Ultraje o Rigor e tocávamos em todas as festinhas que tinham nos colégios da redondeza. Percebi que tínhamos mais facilidade com as meninas da nossa idade por sermos 'celebridade'... A partir dali, abandonei a minha promissora carreira de jogador de futebol e entrei de cabeça no mundo da música".

IRON MAIDEN
Somewhere in Time


Aqui minha vida musical começa a tomar outro rumo. Foi o primeiro disco e a primeira banda de metal que eu ouvi na minha vida. Sem dúvida nenhuma, esse foi o disco que mais escutei na vida e, com certeza, nenhum outro disco irá ultrapassá-lo. Steve Harris, então com 30 anos de idade, fez a grande obra prima da sua vida. Na época, os fãs mais radicais acharam estranho as guitarras sintetizadas, mas hoje, o disco é reconhecido como uma das melhores fases da banda, junto com outros dois grandes trabalhos, o "Powerslave" e o "Seventh Son of a Seventh Son". Quem já leu minha biografia oficial, sabe o porquê desse disco ser tão importante na minha vida. Eu nunca escuto uma música ou outra individualmente. Esse disco merece ser ouvido na íntegra, como eu fazia em 1986, virando o cassete intermináveis vezes para tentar assimilar um pouco mais da grande musicalidade aqui encontrada. No final de cada audição, tenho a certeza de ter escutado o melhor disco de metal da história, em minha opinião. Nesse disco se ouve a banda em plena forma, apesar de Bruce não ter composto uma única música e passava pela primeira fase estranha na banda, mas canta muito em todas as oito faixas. Nicko esbanja "takes" fantásticos com seus bumbos galopados, tocados na velocidade da luz com um único pé. Adrian Smith faz solos que são pequenas composições dentro de cada música e forma a dupla perfeita de guitarrista com o Dave Murray. Steve Harris nos presenteia com obras primas como "Caught Somewhere in Time", "The Loneliness of the Long Distance Runner" e "Alexander the Great", que tem o tema de "twin guitars" mais cativante de todas as músicas do Iron Maiden. Um disco que mudou minha vida e que nunca será ouvido de forma indiferente.

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Aquiles Priester: os álbuns que marcaram o baterista