Review: Iron Maiden no Wacken 2010



Lembram do Everaldo Junior? Falamos sobre ele a alguns posts atrás. Pois bem, ele estava no Wacken Open Air e além de ter conhecido meus brothers aqui do Piauí, lá na Alemanha (Haha, eita mundo pequeno!), conferiu de perto o show do Iron Maiden no maior festival de metal do planeta! O pernambucano gentilmente nos cedeu seus textos e fotos, então confira alguns trechos e saiba como foi!

Iron Maiden - Wacken Open Air
Luebeck, Alemanha - 05/08/2010


Por Everaldo Junior

"...Acordei por volta das 12h com um bando de bêbados do mundo todo passando ao lado das barracas gritando “Waaaacken” (foi o que mais se ouviu durante o dia...). Dei um tempo, fui ao benheiro, comi e lá fui eu pra meus 20 minutos de caminhada pra chegar aos palcos. No caminho, achei um pessoal bacana do Piauí e acabaram me fazendo companhia. Muito bacana o pessoal... Entrei com os caras do Piauí e lá ficamos esperando o primeiro show grande do dia no palco principal: Alice Cooper. A tia Alice fez um típico show ao seu estilo. Bem teatral, bem divertido. Cheio de efeitos. Meio vagabundos, verdade, mas super bem-bolados e divertidos. Conseguiu levantar o selvagem público do Wacken. Europa toda lá. Muita gente do Brasil. Muita gente maluca, como sempre e claro, muitos bêbados, hehe. Foi meio irritante assitir a esse show, porque não parava de vir gente surfando por cima de você o tempo todo. Quando se menos esperava, lá vinha mais um viado e tome pesada na sua cara distraída. Tiveram poucas, mas corajosas meninas que fizeram o mesmo. Não preciso dizer que a galera não perdoava, né? Quando tavam de saia então...bem, era dedo até o útero das corajosas. Bem, vocês entenderam..."



"E assim se seguiu até o fim do show do Alice Cooper. Logo após, no segundo palco, o Motley Crue tocaria. Como não gosto da banda, assim como no Sonisphere Festival da Inglaterra, no Knebworth Park, não fiz muita questão de ver nada além de momentos dos shows. Os caras do Piauí, porém, queriam ver e assim, nos separamos e combinamos de nos encontrarmos depois do show do Maiden na barraca. Falaram que podíamos nos encontrar no show do Maiden, onde estávamos no Alice Cooper, relativamente perto do palco, mas eu falei que era impssível. Não deu outra. O lugar super lotou e chegar num local visível do show deu trabalho. Muuuito trabalho.



E finalmente eu estava lá. Eu, "Só um brasileirinho contra esse mundão todo", como diria o nosso nobre Rubens Barrichello. Eu, HELLcifense, liso, desempregado, no Wacken e assistindo ao Maiden. Realmente, como diz o blog, "Sonhos que podemos ter...". Ainda quando a gente diz a nós mesmos que não podemos. Enfim, eu vivi isso, a experiência foi fantástica e assumo todas as responsabilidades dessa aventura. Valeu muito a pena. Fiz, faço e farei novamente.

Após o show do Alice Cooper, depois que os caras do Piauí foram pro alto palco ver o show do Motley Crue, fui dar um giro pra ver se achava Arthur, meu amigo, que tocaria no dia no Metal Battle Brazil Stage com sua banda Cangaço. Única representante da terra Brasilis. Mas não o achei. Sendo assim, como o local já estava insuportavelmente cheio com suas mais de 70 mil pessoas, tratei de ir ao banheiro, usando saia (sim, entrei no clima e comprei uma saia. Não, não virei gay. É confortável pra cacete. Quando chegar aí no Brasil, vou usar quando der vontade, assim como faço com minhas bombachas gaúchas e não to nem aí pro que vão pensar, hehe.

Deu trabalho chegar perto do palco. O máximo que consegui, foi um pouco antes da mesa de som e pelos lados. Sempre pelos lados. Mas, ainda assim, não foi lá das melhores a vista. E, o público do Wacken, diferentemente do Sonisphere inglês, é totalmente insano, selvagem e parrudo. Os "alemão" não deixa nós passar não. É dureza. Mas, não posso reclamar da sorte... Lembra da menina inglesa das fotos do Sonisphere Festival inglês? Pois bem, acreditem. A achei no Wacken na entrada e, novamente no show do Maiden. Foi aquela festa. Vimos o show juntos, assim com um simpático inglês amigo dela. Muito gente boa o cara. Me botou até nos ombros. Me deu a mão pra não me perder. Foi um pai. Aquele irmãzão. Ow, cara, muito obrigado pelo carinho. No meio da galera, encontramos outro povo de Israle e México e foi aquela festa. Fiquei encarregado das fotos de novo e, logo após o show, ganhei de presente as mesmas. Oba. Pra quem perdeu a câmera, isso é muito importante, hehe.

O show do Maiden, felizmente, ou infelizmente, seguiu a tradição Maiden de ser. Britanicamente idêntico aos de Dublin, Irlanda e Sonisphere, Inglaterra. Com diferença do público, claro. Público totalmente selvagem e insano do Wacken. Quem não se empolga lá, não se empolga em mais lugar algum. O Maiden insiste em tocar nessa curta pré-turnê do novo álbum, apenas músicas dos três últimos álbuns pra provar que não vivem só do passado. E a galera reage bem às músicas novas. Muito bem. Mas, sem chances. Os clássicos são os clássicos e quando os tocam, ainda que batidos como as tradicionais The Number of the Beast, Hallowed Be Thy Name, Fear of The Dark e Iron Maiden, todo mundo esquece da mesmice e enlouquece. Inclusive, esse que vos fala. E lá se foi meu terceiro dos dez shows do Maiden nessa maluca turnê pela Europa e, no total, meu sexto do bom e velho Iron Maiden. Ui. Número seis!!



SETLIST - IRON MAIDEN

01. The Wicker Man
02. Ghost Of The Navigator
03. Wrathchild
04. El Dorado
05. Dance Of Death
06. The Reincarnation Of Benjamin Breeg
07. These Colours Don't Run
08. Blood Brothers
09. Wildest Dreams
10. No More Lies
11. Brave New World
12. Fear Of The Dark
13. Iron Maiden
14. The Number of the Beast
15. Hallowed Be Thy Name
16. Running Free

Uma banda dando 110% de si prum público que deu 111%. Banda e público, igualmente esgotados e felizes. Lá fomos nós, eu, a inglesa e o inglês amigão, cantando "Always Look on the Bright Side of Life", rumo às barracas pra lá descarregar o cartão de memória. Muito simpático e bacana esse pessoal. Os guardarei no coração. Após isso, corri pra pegar o trem pro aeroporto de Hamburgo que ficava a cerca de 2h de Luebeck, onde tava acontecendo o Wacken. Mas, não havia mais, pois já passava das 0h. Agora, só na sexta pela manhã, a partir das 7h. Como meu vôo era apenas as 13h40, rumo a Helsinque, Finlândia e o povo bacana do Piauí me ofereceu barraca caso não conseguisse transporte, eu tava despreocupado. E assim foi. Tive que voltar pra barraca cedida pelos caras, pois só havia táxi pro aeroporto e custava a humildade de 105 euros. Salvaram minha vida, o povo do Piauí, visto que, após o show, o Wacken Open Air se transformou no Wacken Ice Air. Tava frio pra caralho. Tão ou mais como na primeira vez que fui à Inglaterra ver o Download Festival no comecinho de junho. Se não fez cinco graus, chegou perto. A gente falava e saia vapos da boca. Eu ainda tinha o saco de dormir, pra sorte e a barraca dos caras. Botei duas camisas, jaqueta, impermeável, saco de dormir e ainda assim fui dormir tremendo de frio. O povo do lado, mais gente do Brasil, Teresina, São Paulo e afins, eram engraçados pra caralho e foi difícil dormir com as piadas dos caras, hehe. Eu tentava dormir, mas me abria de rir sozinho dentro da barraca. Saí e tirei uma onda com os caras e fui procurar um lugar pra tirar água do joelho. Engraçado fazer xixi com seu pinto congelando e saindo fumacinha do dito cujo quando está a fazer o exercício fisiológico, ehhe. Voltei pra barraca, congelando, dormi tres horinhas e acordei, morto de sono e congelando de frio com o celular no meu ouvido. Lavei a cara com água congelante e fui rumo ao trem congelando de frio. Sozinho. O Wacken inteiro dormia. Silêncio total. Eu e o som dos meus passos, apenas. Nada de trem. O caminho era a porra do táxi de 105 euros ou um mesmo táxi por 30 euros até a estação mais próxima e de lá, um trem de 12 euros e, finalmente, um metro de 1,30 até o aeroporto. Dei sorte de achar um americano do Texas. Tava indo pro aeroporto também e demos sorte. Dividimos tudo. Após duas horas de viagem, chegamos ao aeroporto. Comemos, fizemos o check in e cada um foi pro seu lado... "

Confira os textos na íntegra!
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